domingo, 7 de junho de 2015

GATOS: OS ANIMAL IDEAL DO SÉCULO XXI

Resultado de imagem para GATOS: OS ANIMAL IDEAL DO SÉCULO XXI

O gato do futuro 
Nos próximos anos, os humanos devem conviver com gatos mais sociáveis, menos ansiosos e mais carinhosos. Eles, provavelmente, serão mais caseiros do que os gatos de hoje, pois cada vez menos terão a necessidade de caçar.

A ciência que estuda o comportamento animal fará do gato um animal melhor adaptado à sociedade contemporânea com a ajuda de uma técnica que, até hoje, é dificilmente adaptada aos gatos: o adestramento, tema do próximo livro de Bradshaw. Ele pretende ensinar, por exemplo, como persuadir um gato a ser amigo de outro ou fazer um animal arisco aceitar pessoas que não conhece. 

Para o biólogo, apesar de tudo, o gato do futuro não será uma criatura tão dócil e mansa como o cão. “Gatos e cachorros apelam a diferentes partes da natureza humana. Os gatos oferecem um vislumbre da vida selvagem, enquanto os cachorros oferecem lealdade e submissão”, afirma. 

Resultado de imagem para gato pet do século 21Eles são limpos, independentes e geram menos gastos. Também são elegantes, inteligentes e cheios de mistérios. Com seus passos silenciosos, os gatos estão caminhando para dominar o mundo – pelo menos o mundo dos pets! 

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Pet (Abinpet), a população de gatos é hoje de aproximadamente 21,3 milhões no Brasil, contra 37,1 milhões de cães. Acontece que, a população de gatos tem crescido duas vezes mais rápido que a de cachorros no país, o que leva a entidade a estimar que eles serão maioria num prazo máximo de dez anos. 

A tendência é praticamente mundial. Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, como França e Alemanha, os gatos já são o pet número 1 nas casas. É por isso que o gato tem sido visto como o pet do século 21. 

Embora algumas pessoas digam, em tom de brincadeira, que o gato está tomando dos cães o posto de “melhor amigo do homem”, a explicação para esse fato é bem prática e está muito ligada à vida moderna. Veja os motivos:

Pequenos espaços
Devido ao porte pequeno, os gatos se adaptam facilmente à vida em um apartamento. Mesmo raças maiores, como o Maine Coon, não ultrapassam o tamanho de um cachorro médio. Eles são a solução para quem quer um animal de estimação mas não dispõe de um quintal.

Despesa reduzida
O gasto com um gato é em geral menor do que com um cachorro. Devido ao hábito de se lamber várias vezes ao dia, o gato não precisa tomar banho frequentemente, principalmente se tiver pelo curto. Os gatos comem menos que um cachorro de médio ou grande porte e também estão sujeitos a um número menor de doenças, reduzindo os gastos com medicamentos.

Independência
Embora adorem o carinho e a companhia dos humanos, os gatos não requerem a mesma atenção que os cachorros. Eles passam boa parte do dia dormindo e muitas vezes preferem ficar quietos no seu canto, brincando com suas bolinhas. Se você precisa viajar no final de semana, pode deixar seu gato sozinho, com água e ração suficientes, por até três dias (não mais que isso!).

Higiene
Higiene é o forte dos gatos! Eles parecem já ter nascido treinados para fazer suas necessidades numa caixa de areia. Quando você trouxer um gatinho para casa, mostre-lhe onde fica a bandeja sanitária, colocando-o dentro dela. Repita essa operação mais algumas vezes e ele irá utiliza-la sempre que precisar.

Passeios e exercícios
Os gatos domésticos não precisam ser levados para passear, embora isso não seja proibido. Como eles fazem suas necessidades na caixa sanitária, o dono não precisa dar aquela saidinha no frio ou na chuva para um xixi, como acontece com os donos de cães.

Dê arranhadores, brinquedos e a oportunidade de o gato escalar lugares altos. Pronto: seu gato vai se exercitar sozinho, e você vai se divertir vendo-o saltar pela casa. Reserve alguns momentos do dia para brincar com ele!

Alertas
Apesar de todas essas vantagens, seu gato é um ser vivo e precisa de atenção e cuidados. Você deve escovar seus pelos diariamente ou sempre que puder, para evitar a formação das famosas bolas de pelo, que acabam provocando vômitos no felino. Os dentes devem ser escovados com a mesma freqüência, com pasta e escova próprias, para evitar graves problemas bucais.

E não se esqueça que mesmo os gatos que se alimentam com ração seca precisam comer ração úmida diariamente. Ela ajuda na hidratação dos felinos, oferece uma série de nutrientes e ajuda a evitar a obesidade.

Por último: esqueça os mitos sobre gatos, como aquele que diz que eles gostam mais da casa do que do dono. Os gatos amam seus donos tanto quanto os cães. A diferença é que eles preservam uma personalidade mais selvagem que os cães, o que os tornam particularmente interessantes!


O animal do século XXI
O gato é o animal de estimação mais numeroso em países ricos como Estados Unidos, França e Alemanha. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), há 21 milhões de gatos, 16,3% a mais que em 2010, quando o número era de 18 milhões. No mesmo período, a população de cães cresceu 8,1% – passou de 34 milhões para 37 milhões. A associação estima que, em dez anos, a população de gatos seja maior do que a de cães.


O animal do século XXI
(Foto: Martin Poole/Digital Vision/VEJA)

É desejo recente querer que eles sejam apenas companhia e não matem os animais que entram pela janela. Até os anos 1980, muitos gatos domésticos ainda precisavam caçar para manter a dieta balanceada. Somente nessa época pesquisas científicas revelaram que gatos têm imperativos nutricionais diferentes dos cães - enquanto os cachorros são onívoros (consomem animais e vegetais), os felinos são exclusivamente carnívoros. Hoje, a indústria oferece alimentos que os deixam realmente satisfeitos - um passo essencial para que o impulso de caçar, que supre com a carne fresca de passarinhos ou roedores necessidades alimentares, possa ser controlado.


Paixão por felinos
A explicação para o amor crescente dos homens pelos gatos pode estar em uma característica inerente à espécie. “Eles despertam em nosso cérebro um instinto de cuidado. Os traços mais óbvios que provocam esse fenômeno são o rosto redondo, a testa larga e os grandes olhos, que nos recordam um bebê humano”, afirma Bradshaw.


Talvez seja por isso que, historicamente, gatos estão relacionados a mulheres e homens, a cães. Pinturas egípcias feitas há 3 300 anos mostram gatos sentados embaixo da cadeira de suas donas, enquanto cachorros estão sob o assento do homem da casa. Em Roma, a preferência era a mesma e, por séculos, os animais foram relacionados a divindades como as deusas Bastet, no Egito, Artemis, na Grécia e Diana, em Roma. Na Idade Média, especialmente depois da bula papal de 1233, a associação com gatos deixou de ser positiva: foram muitas as donas de gatos queimadas como bruxas.

Essa adoração e perseguição ao longo dos séculos moldaram o comportamento e a biologia do animal, até chegar aos bichanos que hoje se enroscam nas pernas de seu dono quando estão felizes. “Os gatos são mais bem ajustados à vida moderna do que os cães. Eles não precisam ser levados para passear, podem ser deixados sozinhos por longos períodos e precisam de menos espaço”, diz o biólogo.


Entenda o comportamento dos gatos
Pedir carinho
A maioria dos gatos gosta de receber carinho na cabeça porque essa é a região em que frequentemente recebe as lambidas de amigos de sua espécie – esse é um ritual de amizade e confiança entre eles. Nos humanos, o ritual é substituído pelo cafuné. Pedir um chamego é uma maneira de estreitar a relação com o dono.

 


Ronronar
O ronronar do gato é um mistério no estudo dos felinos. O som é produzido por músculos que fazem vibrar as cordas vocais de uma maneira especial, por diversas razões. Quando pequenos, os gatos ronronam no momento em que mamam, e a mãe acompanha o ronronar, produzindo o mesmo som. Em adultos, é um sinal emitido para os humanos quando querem chamar a atenção. Tudo indica que o ronronar significa um pedido: para trazer comida, continuar passando a mão em sua cabeça ou afastar algo que o amedronta.


Brincar
As brincadeiras servem para os gatos aprenderem a caçar e também para se socializar com outros gatos. No caso dos animais domésticos, que caçam muito menos do que os selvagens, as brincadeiras entre eles se tornaram um modo de demonstrar amizade. Para parar de brincar, eles dão um sinal: curvam as costas, empinam o rabo e saem de cena. 

Brincar


Não gostar quando pegam em suas patas
O tato dos gatos, sentido que os ajuda em suas caçadas, é muito sensível. Por esse motivo, os animais detestam quando alguém toca em suas patas. As almofadinhas das patas possuem receptores que indicam o que está entre elas e as garras são equipadas com nervos que revelam o quanto foram esticadas e qual a resistência que suportam.


Não gostar quando pegam em suas patas

Miar

Gatos livres raramente miam uns para os outros – exceto quando estão brigando ou acasalando, atividades barulhentas. Os miados geralmente são direcionados às pessoas, para chamar sua atenção e conseguirem o que querem. Por isso, os gatos modulam seus miados de acordo com o “pedido” ou miam geralmente nos mesmos lugares da casa: em frente à porta quer dizer “me deixe sair”; no meio da cozinha, “me alimente”.

Miar


Ser dissimulado
Descendentes de uma espécie solitária e caçadora, o comportamento dos gatos é talhado para competir, não para colaborar. Com exceção de algumas semanas depois do nascimento, eles são autossuficientes e, assim, não têm necessidade de demonstrar emoções para se comunicar. Como bons caçadores, preferem dissimular suas emoções e manipular as atitudes do adversário. É por isso que, quando estão com medo, eles ou se encolhem, tentando parecer menores do que são e fogem sem serem notados, ou tentam parecer maiores, curvando as costas e levantando os pelos. É a tentativa felina de manipular as emoções do oponente. 



Levantar a cauda
A cauda levantada na vertical parece ser um sinal que demonstra a boa intenção de um gato para o outro. Essa demonstração, comum nos filhotes quando se aproximam da mãe, evoluiu durante a domesticação e, hoje, quando um gato levanta sua cauda e outro gato corresponde com o mesmo sinal, os dois se aproximam e se esfregam uns nos outros, demonstrando que são amigos. A cauda levantada é o sinal mais claro da afeição de um gato por um humano. 


Esfregar-se nas pernas do dono
Trata-se de um dos sinais táteis com o qual um gato comunica sua amizade. Quando um gato esfrega seu corpo em outro ele reafirma a confiança entre eles. Nas pernas do dono, ele declara sua afeição. Normalmente, primeiro ele levanta a cauda e depois fricciona seu corpo, seja em outro gato, seja nas pernas dos humanos. 


Trazer animais mortos para casa
Depositar animais mortos no chão é uma atitude remanescente do instinto caçador felino. Depois de caçar, ele simplesmente traz a presa para casa. “Quando o gato chega em casa, no entanto, lembra-se de que os ratos não são tão gostosos quanto a comida que seu dono lhe dá – e abandona a presa, para a revolta do proprietário”, afirma Bradshaw. O autor desmente a ideia de que os gatos trazem a presa para nos alimentar, como as mães-gatos fazem com os filhotes. Os gatos nos enxergam, provavelmente, como gatos grandes: um pouco como suas mães, um pouco como um gato superior. 


Não se dar bem com outros gatos
Gatos são animais territoriais e solitários. Depois de adultos, eles geralmente se dão mal com outros gatos – exceto os membros de sua família, que conhecem quando filhotes. Por isso, quando dois adultos são colocados na mesma casa, separam suas áreas e costumam brigar. A melhor maneira é dividir os locais onde comem e dormem. Mesmo assim, se houver gatos mais velhos na vizinhança, os mais novos costumam ficar amedrontados e estressados – e isso pode fazê-los adoecer e morrer. 



Dormir tanto
Os gatos têm um estilo de caçada que leva sua capacidade física ao limite. Costumam esperar pela presa e, quando ela aparece, atacam com ímpeto, usando todo o potencial de sua visão, audição, olfato e músculos. Depois de tanto esforço, precisam de um longo período de descanso. Gatos dormem em média 18 horas por dia: é o tempo necessário para recarregar todas as energias. 

Dormir tanto

A ciência também confirmou que os bichanos se vinculam primeiro aos lugares e depois às pessoas. Esse é um legado do animal selvagem do qual descendem, uma espécie fortemente territorialista. “Um gato precisa saber que está em um lugar seguro antes de poder expressar afeição por seu dono, mas isso não significa que ele não goste do proprietário. Sabemos disso porque eles se comportam com seus donos exatamente como com outros gatos dos quais gostam - cumprimentam levantando seus rabos e esfregam suas bochechas e costas um no outro.”

Para o biólogo, a palavra certa para descrever a emoção que o gato experimenta em relação a seu dono é “amor”. As mesmas alterações hormonais que indicam que humanos sentem emoções se manifestam em bichos. “O senso comum diz que, se um animal que tem a estrutura básica cerebral e o sistema hormonal igual ao nosso parece amedrontado, ele deve estar experimentando algo muito parecido com medo - provavelmente não o mesmo medo que nós sentimos, mas medo de qualquer forma”, escreve em seu livro. Assim, Bradshaw se posiciona nos círculos científicos que afirmam que animais experimentam sentimentos como amor, medo, tristeza, alegria ou prazer.

“Houve algo semelhante a uma revolução na ciência do bem-estar animal, que admite que todos os mamíferos, provavelmente todos os vertebrados, têm vidas emocionais complexas. Não só podemos usar esse conhecimento para evitar sofrimento, mas também para assegurar que todos os bichos, de estimação ou de laboratório, vivam mais felizes”, afirma.


Um pouco de história
Sagrado no Egito Antigo e perseguido na Idade Média, o gato deve assumir o posto de bicho mais popular do mundo neste século. A chave para compreender suas múltiplas faces é a ciência, afirma o biólogo britânico John Bradshaw.



No livro 'Cat Sense', o biólogo John Bradshaw revela o significado do comportamento felino e mostra como foi sua evolução ao longo da história.

“Gatos e cachorros apelam a diferentes partes da natureza humana. Os gatos oferecem um vislumbre da vida selvagem, enquanto os cachorros oferecem lealdade e submissão” John Bradshaw, biólogo

Em 13 de junho de 1233, o papa Gregório IX definiu o que era um gato. No documento oficial Vox in Rama, o gato preto foi descrito como “encarnação do demônio”. Antes disso, no Egito Antigo, o animal tinha status de sagrado. Em um passado ainda mais longínquo, o gato foi domesticado com uma única função, caçar ratos - e esse era o motivo de mantê-lo em casa até poucas décadas atrás. Como um bicho com tantas “encarnações” na história transformou-se naquele que deve se tornar o mais popular do século XXI? “Gatos intrigam a humanidade desde que passaram a viver entre nós. A chave para compreendê-los está na ciência”, afirma o biólogo John Bradshaw, pesquisador da Universidade de Bristol, na Inglaterra.

Em seu livro Cat Sense (Sentido do gato), lançado em setembro de 2013 nos Estados Unidos e inédito no Brasil, Bradshaw usa as últimas pesquisas científicas para explicar o comportamento dos bichanos e defender a tese de que eles são os companheiros ideais para o homem da atualidade.

Ainda existem mais cachorros do que gatos no mundo: são 335 e 260 milhões, respectivamente, segundo a consultoria de mercado internacional Euromonitor, em uma estatística de 53 países. Mas a população felina cresce mais do que a canina e, em nações como Estados Unidos, França e Alemanha, já é maioria. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais (Abinpet), vivem 37 milhões de cachorros e 21 milhões de gatos. Na proporção em que aumentam nos últimos anos - duas vezes mais do que os cães - os bichanos devem assumir a dianteira do ranking daqui a dez anos, segundo a Abinpet.

Popular, mas selvagem - Cada vez mais numerosos como bichos de estimação, os gatos permanecem essencialmente selvagens. Estão dentro de nossas casas, mas continuam com as quatro patas fincadas nas florestas onde seu ancestral, o Felix silvestris, caçava - e ainda caça - pequenos animais, sozinho e livremente. ​

O motivo pelo qual gatos não são leais e obedientes como os cachorros é evolutivo. Domesticados há cerca de 11 000 anos, na Europa, os cães foram sendo moldados pelos homem. Aqueles que exibiam características mais úteis ao convívio humano - capacidade de caçar, pastorear rebanhos, defender territórios, fazer companhia - foram acolhidos, passaram sua herança genética adiante e são os ancestrais dos que conhecemos atualmente. Já os gatos começaram a morar dentro de casa há cerca de 4 000 anos, no Egito - embora convivam com o homem há aproximadamente 10 000 anos.

Bradshaw diferencia gatos totalmente domesticados - aqueles que têm a reprodução controlada pelos humanos, como os com pedigree, minoritários - dos de rua, que se reproduzem sozinhos e têm o comportamento semelhante aos selvagens. Nas próximas décadas, com a intervenção humana na criação de novas raças adaptadas à vida doméstica contemporânea, os gatos provavelmente abandonarão algumas de seus traços selvagens. “Os gatos foram domesticados pela única razão de controlar o número de ratos. Interessava manter o seu comportamento selvagem”, disse Bradshaw ao site de VEJA. “Hoje eles são principalmente um animal de estimação, e acredito que ainda neste século seu processo de domesticação será completado.”


A convivência entre gatos e humanos na história
Um bom caçador
Há 10 000 anos, quando surgiu a agricultura, os humanos que começaram a armazenar grãos, que atraíram ratos. Predadores naturais dos roedores, os gatos selvagens se aproximaram dos acampamentos e foram a melhor forma de controlar a praga. A primeira evidência da relação mais próxima entre homens e gatos veio em 2001, quando uma equipe de arqueólogos do Museu de História Natural de Paris descobriu no Chipre um esqueleto de gato (semelhante ao gato selvagem africano, à dir.), enterrado há 9 500 anos em um túmulo perto ao de um humano. O enterro em locais próximos sugere que a relação entre os dois era estreita. Ainda levaria milênios, no entanto, para os gatos serem considerados animais de estimação.


(Foto: Reprodução e Ingrid Van Den Berg
American Association for the Advancement of Science/AP/VEJA)

Primeiros gatos de estimação
Gatos se tornaram animais de estimação provavelmente no Egito, há cerca de 4 000 anos. Nessa época, pinturas e uma série de hieróglifos – chamados “Miw” – foram criadas para representar gatos domésticos. Pouco depois, “Miw” foi adotado como nome para mulheres, indicando que o gato estava integrado à sociedade egípcia. Enterros de gatos com seus donos começaram a ser frequentes, no Egito, há cerca de 3 000 anos.


(Foto: Werner Forman/Universal Images Group/Getty Images/VEJA)


Gatos divinos
Os nobres egípcios tinham muito apreço por seus bichanos. Quando a gata Osiris, do filho mais velho do faraó Amenhotep III, morreu, seu dono mandou embalsamá-la e ordenou que fosse feito um sarcófago especial para ela. Múmias de gatos eram frequentes, não só como maneira de assegurar a vida após a morte de bichanos especiais, mas também como oferendas a deuses-gato, como a divindade Bastet, que tem a cabeça de um gato e é associada à fertilidade e à sexualidade feminina. A produção dessas múmias sagradas transformou-se uma indústria no Egito Antigo há 2 400 anos e algumas das técnicas de mumificação eram as mesmas utilizadas em corpos humanos.



(Foto: Universal History Archive/UIG/Getty Images e Vincent Yu/AP/VEJA)

Adoração felina
Por serem associados a deuses, os gatos se tornaram sagrados no Egito Antigo, homenageados com estátuas e sarcófagos. O grego Heródoto conta em seu livro “Histórias” que, há cerca de 2 600 anos, quando um gato morria de morte natural, todos os membros da casa raspavam suas sobrancelhas em sinal de respeito. Os relatos do romano Diodorus Siculus mostram que, quando o Egito passou a ser parte do Império Romano, a população era capaz de linchar qualquer pessoa que tivesse matado um gato – acidentalmente ou não.

(Foto: Lefteris Pitarakis/AP/VEJA)

Gatos em rituais pagãos
A adoração a divindades como a egípcia Bastet (em escultura, na foto) ou a romana Diana, ligadas a gatos, eram rituais pagãos populares no sul da Europa entre os séculos II a VI. Na cidade de Ypres, na Bélgica, as cerimônias dedicadas aos gatos foram banidas apenas no ano de 962 e, em algumas cidades italianas o culto à deusa Diana perdurou até o século XVI. Identificados a essas cerimônias, os gatos logo se tornaram símbolo de superstição. Uma tradição celta mandava enterrar gatos em casas ou campos de cereais para trazer boa sorte. Algumas cidades europeias tinham o costume de colocar vários gatos em uma cesta e suspendê-los sobre uma fogueira: os miados serviriam para espantar maus espíritos.

(Foto: Dea Picture Library/De Agostini/Getty Images/VEJA)

Gatos pretos banidos da Europa
Em 391, o imperador Teodósio I baniu na Europa todos os rituais pagãos e, em 13 de junho de 1233, o papa Gregório IX publicou uma bula papal em que relacionava os gatos pretos ao demônio. Pelos próximos 300 anos, milhares de gatos foram torturados e mortos – junto a suas proprietárias, acusadas de bruxaria.

(Foto: Hulton Archive/Getty Images/VEJA)

Peste negra, culpa dos bichanos?
A perseguição dos gatos na Europa pode ser relacionada à peste negra que matou um terço da população europeia entre 1340 e 1350. A doença, transmitida pelas pulgas dos ratos, também matou um número considerável de gatos. O último surto da peste aconteceu em Londres, entre os anos de 1665 e 1666 e, dessa vez, os gatos foram culpados. O governo britânico mandou matar 200 000 animais.

(Foto: Reprodução/VEJA)

O melhor amigo das mulheres
Na metade do século XVIII, os gatos voltam a ser considerados bons animais de estimação. Luís XV permitia gatos na corte e os animais começaram a aparecer em pinturas, ao lado das nobres francesas. Na Inglaterra, no fim do século XIX, a rainha Vitória mantinha seus gatos sempre próximos a ela e o escritor americano Mark Twain adorava o bichano, afirmando que “se um homem ama gatos, sou seu amigo e camarada, sem precisar de nenhuma outra informação”.

(Foto: Reprodução/VEJA)

Fonte: VEJA ABRIL


Nenhum comentário:

Postar um comentário