sábado, 23 de maio de 2015

O QUE LEVA O SEU GATO A FICAR DE BOCA ABERTA

A cena é bastante comum e muitos pais de felinos já devem ter visto: o gato parado, como se estivesse um pouco hipnotizado logo após ter cheirado algo, com a boca meio aberta. Esse comportamento dele é normal e demonstra que o seu gato está identificando melhor o ambiente em que está localizado. O artigo de hoje visa explicar os motivos que o levam a ficar, literalmente, de boca aberta.


Os felinos têm um órgão situado no céu da boca chamado de Jacobson – em homenagem ao pesquisador dinamarquês Ludvig Levin Jacobson, que descobriu isso no início do século 19. Ele percebeu que, ao contrário dos humanos, alguns animais usavam, além do nariz, outra parte do corpo,  localizado na boca, a fim de identificar odores nos ambientes. Outros indivíduos chamam o órgão de vomeronasal, que é um termo derivado do osso vômer, que fica na região facial. Seja um nome ou outro, o certo é que os estudiosos concordam que a sensação que os gatos sentem seria uma mistura entre o odor e o paladar. Os felinos, no entanto, não seriam os únicos que conseguem fazer isso. Outros animais, como cobras, lagartos, elefantes, cavalo, lhama e anta também são capazes de “saborear o cheiro”.

O órgão de Jacobson ou vomeronasal está ligado à ponta do palato superior do gato, perto dos dentes incisivos superiores. Esse órgão serve para ajudar a não apenas detectar substâncias químicas no ambiente, como também compreender do que se trata. Para isso, o órgão emite um sinal para o cérebro a fim de que este assimile e o ajude a decodificar o significado daquilo que o gato acabou de perceber. Durante esse processo, normalmente, o felino fica ereto, meio estático, estende o pescoço, ergue a cabeça, abre bem as narinas e um pouco o lábio superior (à vezes, também expõe a gengiva superior), como se estivesse “boquiaberto” com algo que acabou de ver. Esse procedimento dura muito pouco e é o suficiente para que o seu gato compreenda uma série de coisas.

Alguns estudiosos e veterinários dizem que os felinos abrem a boca para entender melhor algo que lhe chamou a atenção e que não seria possível usando apenas o olfato e a visão. Segundo essas pessoas, por meio do órgão de Jacobson ou vomeronasal, o felino conseguiria descobrir maiores detalhes do alimento, do estado de saúde de outro animal, o gênero, se o outro está no período de reprodução, entre outros detalhes mais “íntimos” em questão de milésimos de segundos. Há uma lenda que diz que além desses itens, os gatos também seriam capazes de antever desastres naturais por meio do órgão de Jacobson. Seria uma espécie de sexto sentido felino. Isso, no entanto, está longe de ser comprovado.

Os gatos têm um olfato extraordinário. Apesar disso, para aprimorar ainda mais a sua habilidade caçadora, a evolução permitiu que eles desenvolvessem o órgão de Jacobson ou vomeronasal, dando-lhes uma capacidade ímpar de não apenas detectar cheiros, mas os saborear. É por essa e por outras que algumas pessoas dizem que se os felinos não fossem tão independentes, eles seriam melhores do que os cães nas tarefas de rastrear e identificar odores.

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